Stay



Sinopse: 

Joan Campbell, ex-agente de campo, e atualmente líder de um departamento importante da CIA, se vê pela primeira vez prestes a misturar sua vida profissional com sua vida pessoal. Estaria ela prestes a fazer o certo?! O que fazer quando não é a razão que fala mais alto?



| Drama| Romance| + 14 anos
* songfic baseada na música Stay da Rihanna


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“All along it was a fever 
A cold sweat hot-headed believer 
I threw my hands in the air and said show me something 
He said, if you dare come a little closer”

Quatro anos passam rápido.  Tudo passou sem que pudéssemos nos dar conta. A Fazenda, a contratação e as missões. Confesso, eu duvidei, duvidei muito que aquela garota de nome Walker fosse boa em algo além da habilidade linguística. Não desmerecendo a garota, nem nada, mas era fácil de se enxergar o coração enorme que ela possuía, e esse fator agregado ao trabalho que ela teria que desempenhar na CIA, poderia resultar em consequências severas, tanto para a agência, quanto para ela. Eu me enganei, me enganei feio com Annie, eu confesso. Quis saber mais sobre ela, quis que de certa forma ela me mostrasse como conseguia aqueles desempenhos nas missões. Me aproximei, vi de perto como ela agia. Seu grande coração não só foi muito útil, como foi seu grande aliado. Uma intuição fora do normal, uma intuição que a guiou onde ela se encontra hoje, sendo louvada por vários agentes, exemplo para os que estão em início de carreira, inovação para os que tem muitos anos de casa como eu. Eu diria um fenômeno, Annie é um fenômeno encarando de perto.

“Round and around and around and around we go 
Ohhh now tell me now tell me now tell me now you know”

Muitas vezes, eu sei, fui injusta, um pouco dura. Foi necessário encurtar as palavras. Ser mais chefe e menos amiga, não porque eu não quisesse ser próxima dela, mas porque o trabalho exigia. O trabalho exigia que eu mostrasse a Annie como as coisas funcionavam na CIA. Não que tenha adiantado muito, Annie, além de muito intuitiva é extremamente teimosa, por vezes me vi a ponto de advertí-la em meu Departamento, transferí-la, porém, como fazer isso quando no final ela estava? Quando no final ela mostrava que realmente estava certa, quando o final ela concluía a missão com louros?! Não como chefe, digo agora como Joan, toda a sua coragem, seu jeito destemido é uma das coisas que mais admiro.

“Not really sure how to feel about it 
Something in the way you move 
Makes me feel like I can't live without you 
It takes me all the wayI want you to stay”

Eu não sei como controlar isto, como separar Joan da agente Campbell. Pela primeira vez em minha vida, me vi numa situação tão difícil, algo que antes acontecia naturalmente, hoje em dia simplesmente faz com que eu precise pensar antes de agir. Ao mesmo tempo que a vi sob custódia do FBI, quando quase foi presa, e tive vontade de abraçá-la, de dizer para não se preocupar, que no final eu conseguiria livrá-la da prisão, tive também vontade de brigar, como fiz, de dizer que aquilo tudo era culpa do jeito atrevido, daquela intuição louca que ela insistia em seguir. Naquela ocasião, minha opção foi a segunda, porém, vez ou outra me  pergunto, me pego indagando, se eu conseguiria manter o pulso firme uma segunda vez, agora conhecendo-a ainda mais.

Não se envolva no trabalho. – É a primeira coisa que se diz na CIA quando entramos, não se envolva emocionalmente, não se pode confiar em ninguém ali dentro...não é isso que eu, como uma agente experiente, modesta a parte, deveria pensar?! Pelo menos eu creio que deveria ser isso. Mas de certa forma, algo em Annie me faz acreditar nela. Algo me faz admirar, algo me faz querer conhecê-la fora dali...e quer dizer, isso é um absurdo, não é? Quanto mais conhecemos da história de alguém, mais próximos ficamos, se compadecemos então da pessoa, mais maleáveis nos vemos...não é mesmo?

É assim que eu me vi. Mais maleável...e que tipo de chefe seria eu sendo maleável? Isto se quer é um adjetivo para chefe na minha opinião. Mais uma vez, não me leve a mal, não procure entender, apenas me encare como uma funcionária da CIA. Me sentir fraca, mais impotente que antes, todo esse mix de sentimentos, me fizeram ser a favor da saída de Annie do meu Departamento. Parte de mim queria pedir para ela ficar, outra parte queria vê-la longe para que eu pudesse me recompor, mas sinceramente, Lena Smith? Como eu fui a favor daquilo? Como eu não cheirei de longe a encrenca?

Eu achei que quando Lena havia dispensado Annie, que as coisas voltariam ao normal, que conseguiríamos ser uma boa equipe como antigamente, mas eu estava ledamente enganada. 

Eu enrolei, aos poucos quando Annie voltou ao meu departamento, mas não consegui dizer muita coisa além de “seja bem vinda de volta”. As palavras simplesmente se engasgavam, embolavam em minha garganta. E quando eu percebia, ou ela já havia sumido da minha frente, ou o assunto já havia se perdido. Eu não sei ao certo como deveria me sentir sobre isso, não sei ao certo nem o que eu sinto, a não ser um aperto no peito, pensando se quer na possibilidade da situação anterior se repetir, de perdê-la novamente.

Confesso, eu desperdicei minhas chances, e apesar de dificilmente aceitar isso, nada foi tão dolorido quando eu chamei Annie para uma conversa em minha sala, e o rumo que aquele diálogo tomou foi um outro, completamente diferente.

(Joan) Annie, você poderia vir aqui um instante? – A chamei ao ver conversando com Auggie.

Ela concordou e seus passos firmes mostravam que apesar do rosto de menina, sua segurança era de mulher. Mas havia algo diferente nela, algo havia mudado, eu podia dizer.

Entrei na sala, e assim que ela chegou, pedi.

(Joan) Feche a porta...e...sente-se...- A chamei, enquanto fui me acomodando no sofá em minha sala. – Você tem alguma pergunta do por que eu não atendi o pedido do Sayid?

(Annie) Não importa mais. – Ela foi firme.

(Joan) Importa para mim...- Confessei, e Annie pareceu um pouco surpresa. – Esse trabalho é maravilhoso, essa vida...para mim é maravilhosa! Mas ela também pode ser frustrante...- Eu tentava me abrir com Annie de alguma forma, procurar espaço para chegar onde eu queria, confortá-la. – Principalmente quando as decisões são baseadas em incertezas.

 Annie afirmou com a cabeça, e por um instante achei que ela nada falaria, porém, disse logo depois.

(Annie) Bem, o futuro é incerto.

(Joan) É verdade. - Acabei concordando. Suspirei, tentando voltar ao assunto, eu sabia que era um momento delicado, ela havia acabado de perder um amigo. – Olha, eu sei que isso é doloroso...e é normal que esteja brava com a CIA...e..é até normal que esteja brava comigo..- Acabei sorrindo, tentando quebrar aquele clima gélido, a frieza que Annie emanava.

Por um instante a vi quase aceitando meu jeito torto de pedir desculpas, porém, no instante em que Annie se levantou, eu soube que a situação seria um pouco mais complicada.

(Annie) Joan...Eu pensei muito sobre isso...- Foi quando ela voltou a me encarar. Seu tom não era tão frio quanto suas expressões, mas eu sabia que ela não havia aceitado o que eu disse. -...e eu requisitei uma transferência de departamento. – Aquelas últimas palavras me foram uma facada certeira no peito. Eu sei que desta vez não consegui esconder o que eu estava sentindo, minhas expressões de tristeza e surpresa entregavam.

(Joan) Você quer voltar a trabalhar para Lena? – Foi a primeira coisa que me passou pela cabeça. Eu provavelmente havia perdido o controle do meu departamento.
(Annie) Eu não sei. – Ela foi sincera. – Eu deixei o formulário em branco.

(Joan) Eu sinto muito escutar isso...- Tentei dizer, embora as palavras parecessem engasgadas em minha garganta.

(Annie) Agradeço por tudo o que você fez por mim...Eu só acho que seja hora de seguir em frente...- A cada palavra aquilo se tornava mais difícil.

Annie estendeu a mão em minha direção, e eu a apertei, me levantando logo em seguida. Apesar de sorrir, por dentro eu havia desabado. Tudo o que eu queria dizer era que eu gostaria que ela ficasse. Mas eu não disse nada, nem ela, e mais uma vez Annie havia saído daquela sala sem eu dizer tudo o que eu queria.

E eu queria ter tido a chance, queria...principalmente considerando os fatos que vieram a seguir.


“It's not much of a life you're living
It's not just something you take, it's given
Round and around and around and around we go
Ohh now tell me now tell me now tell me now you know“

Como eu não podia ter sentido o cheiro de encrenca de Lena Smith? Como não havia percebido isso? Eu sabia que ela estava por trás, sabia que Lena não era alguém em quem se deve confiar, e mesmo assim confisquei minha melhor agente à ela.

Annie havia sido internada, havia sido internada depois de quase morrer com tiros no peito, como aconteceu com Simon, um espião russo, com quem ela teve um relacionamento.

Não sei se enquanto Annie estava em coma, podíamos ter chamado aquilo de vida. Em certa parte eu me considerava responsável por aquilo, me considerava responsável por aquela bala que ela havia tomado no peito, e algo dentro de mim me dizia que eu nunca mais me perdoaria. Embora eu quisesse estar lá em todos os momentos, zelando pela segurança dela, eu não podia, Auggie passava a maior parte do tempo ali. Quando eu achava algum espaço, ou alguma desculpa, como “Auggie, você parece bastante cansado, vá descansar”...eu tentava me aproximar. Poucas vezes foram as que ele concordou, confesso, mas as vezes que consegui ficar à sós com Annie foram o suficiente para eu dizer tudo o que eu sentia, tudo o que eu precisava dizer. Minhas desculpas, mesmo que eu, provavelmente, nunca venha a saber se aquela história de que “nós escutamos quando estamos em coma”, seja verdade.

“Not really sure how to feel about it
Something in the way you move
Makes me feel like I can't live without you
It takes me all the wayI want you to stay”

(Joan) Eu me senti culpada...sabe?...Eu me senti culpada por pedir que Auggie a deixasse por alguns instantes, me senti culpada por você ir parar nas mãos de Lena Smith e me senti culpada por você estar aqui, por estas balas terem sido alojadas em seu peito. Se eu pudesse, juro,...eu mesma tiraria. – Suspirei, enquanto eu segurava a mão de Annie, mesmo que ela estivesse com a temperatura normal do corpo, vê-la ali, deitada, em coma, era como se no meu peito tivessem sido alojadas balas. – Minha querida,...sim...- Segurei o choro. – Minha querida...por favor, você um dia me perdoaria? Algo dentro de mim me diz que eu não conseguiria viver sem você, por favor, seja forte, por favor,...fique....- Apesar de meus esforços para não derramar as lágrimas, de repente as senti rolando por meu rosto.

“Ohhh the reason I hold on
Ohhh cause I need this hole gone 
Funny you're the broken one but 
I'm the only one who needed saving 
Cause when you never see the light 
it's hard to know which one of us is caving”

Respirei fundo por um instante, segurando mais firme sua mão, ela era a razão pela qual eu estava suportando toda a dor que havia se instalado em mim, e a única razão pela qual eu continuava forte, era o fato de que eu precisava vê-la bem novamente. Não sei se engraçado é a palavra certa, mas de repente ela havia sofrido o tiro, ela que estava em uma cama de hospital, e eu me sentia tão fraca, tão fraca como se estivesse junto naquela situação. Eu precisava de uma luz, precisava de uma luz no fim daquele pesadelo todo. Enquanto eu me confessava, enquanto eu esperava que de alguma forma Annie me perdoasse, meus olhos se mantinham entre seu rosto, tão delicado, tão belo e que mostrava algumas das marcas, nada comparadas a que com certeza ela teria por dentro, mas ainda sim, lembranças de todo aquele tormento e os monitores, esperando que de alguma forma ela reagisse, que de alguma forma seus sinais vitais subissem.

Eu tive mais duas, se muito, chances de me confessar novamente com Annie à sós, e ainda quando eu a tivesse salvo do novo ataque que Lena Smith estava planejando, como eu disse, eu a conhecia, sabia que ela voltaria para terminar o que havia começado, ainda sim não me senti mais leve, não me senti leve por que precisava conversar fracamente com Annie, explicar meus motivos, se é que eles eram aceitáveis àquela altura do campeonato.


 “Not really sure how to feel about it
Something in the way you move
Makes me feel like I can't live without you
It takes me all the way
I want you to stay, stay”


(Joan) Eu não sei, Annie…eu não sei mais de nada. Não sei o que acontece...o que anda acontecendo comigo...- Mordi meu lábio inferior, possivelmente aqueles comprimidos que eu vinha consumindo compulsivamente estavam afetando mais do que deveriam. – Mas, por favor, se de alguma forma você em escuta...saiba que eu quero que você fique!


 “I want you to stay, ohhh…”


-          Por favor, fique…

4 comentários:

  1. Adoreeeei!! Mas como assim acaba aqui? Eu quero mais, please? Amei, ta muito a cara da Joanne mesmo, mas quero mais ação! Beijos

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  2. Calmaaaa, acaba não, terão mais fics Joannie em breve hihi, fico muito feliz que você tenha gostado! Sempre apoia meus ships malucos :P hihi, obrigadaa! e te mando novidades de Joan e Annie em breve hihi!

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  3. Respostas
    1. Awwww, obrigadaa! Foi nossa segunda fic delas hoho, primeira foi aquela da amizade *___*

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Navegantes

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